domingo, 14 de novembro de 2010

GRAND FINALE !!!!!!!

Parece inacreditável! Mas chegamos ao final do curso! Nem sei descrever o que realmente estou sentindo neste momento! É um estado de alívio misturado com êxtase!
Alívio porque estou cansada, saturada, por ter sido um ano muito puxado devido o estágio e a elaboração do TCC, porque nunca fiquei tantas horas em frente a um computador!!! Êxtase porque a longa jornada, que em muitos momentos parecia interminável, está praticamente no final!
Não vou descrever o que fiz em meu estágio, o que trabalhei, minhas dificuldades, descobertas, igualmente quanto ao TCC.
Não quero lembrar dos momentos que tive vontade de desistir!(porque será que isso sempre passa pela nossa cabeça??? Desistir das coisas???), pois se eu realmente tivesse desistido, hoje estaria amargamente arrependida! Sabe porque?
Por que não existe melhor sabor que o da vitória! De experienciar a sensação de ter sido capaz de algo que parecia tão difícil, tão além, tão custoso!
Este ano, em especial, serviu-me como uma prova: de resistência e persistência, pois no último ano, aquele em que não nos permitimos abandonar tudo, é justamente o mais difícil, o mais trabalhoso!
Quero lembrar dos amigos que fiz e daqueles que se transformaram em mais que amigos, dos professores que admirei e que me servem como "inspiração", dos tutores "gente fina", sempre dispostos a nos ajudar e de determinados aprendizados que me fizeram refletir sobre minha prática. O resto, é o resto!
Apesar de tudo, quando tudo isto acabar, estou ciente da falta que me fará abrir meus e-mails todos os dias, e de perceber que sou capaz de produzir e fazer muito mais! E então, pode ser o início de algo novo, uma retomada, uma continuação....rumo a outras especializações! Pois.....
"Todo sacrificio é temporário, mas as vitórias são para sempre"( Shinyashiki).

sábado, 30 de outubro de 2010

ENTRAM EM CENA: EJA E LIBRAS

No semestre 2009/2, tivemos 2 interdisciplinas desconhecidas de minha parte em termos de fundamentação teórica: Educação de Jovens e Adultos e LIBRAS.
Sem experiência alguma em ambas disciplinas, o que sabia era que elas existiam, e que pessoas, com muita força de vontade, trabalhavam tanto com jovens e adultos na EJA, como com pessoas surdas, quer sejam crianças e/ou adultos.
Digo força de vontade porque os desafios, ainda hoje, são enormes!
O jovem ou o adulto que ingressa na EJA é fruto de uma exclusão social, pois caracteriza-se por um grupo que não conseguiu concluir seus estudos no tempo previsto, por inúmeras razões, ou aquele que teve inúmeras repetências, tornando-se "adulto" para ficar entre os pequenos, tornando-se, ainda mais difícil, a adequação ao sistema escolar.
Por isto, a EJA requer um olhar diferenciado, onde as pessoas que se prontificam a trabalhar com este jovens e adultos tenham o cuidado para não "infantilizar" o ensino que lhes é apresentado, pela falta de recursos e metodologia adequados que possam servir como referencial no desenvolimento de um trabalho mais qualificado.
Como diz Paulo Freire: "A leitura de mundo precede a leitura da palavra", é preciso valorizar e respeitar os saberes dos alunos, suas vivências e leituras de mundo, suas concepções culturais e linguagem como produto de suas relações sociais.
Outro conceito novo que vimos neste semestre foi o LETRAMENTO, apontando uma diferenciação em torno da alfabetização. Enquanto a alfabetização refere-se a aquisição da leitura e escrita, o letramento faz uso das mesmas enquanto prática social. Certamente, estas concepções nos trazem um "novo olhar" a respeito de alfabetizar, pois sabemos que hoje temos uma gama de conhecimentos oriunda das mais diversas fontes. E é impossível negá-las!
Aceitar diferentes fontes de conhecimento significa repensar nosso planejamento, tornando-o objeto de nossa reflexão e ação. É preciso ter em mente o que quero com meu aluno, os caminhos que me levarão a atingir meus propósitos, bem como a análise final de todo esse processo. Com isso, certamente, terei aprendizagens mais significativas!
E falando em comunicação, pensamos numa sociedade que apresenta diferentes formas de se comunicar, modificando concepções e a própria educação. Dessa forma, voltamos a considerar em nosso meio a Língua de Sinais como uma outra forma de comunicação igualmente importante.
Hoje os surdos estão mais organizados em suas comunidades e na exigência de seus direitos, lutando pela prática de uma pedagogia surda, exigindo o professor que domine a Língua de Sinais e/ou um intérprete em sala, contribuindo, desta forma, para a construção de identidades e a verdadeira inclusão.
" O sujeito surdo deve ser percebido como um sujeito que tem uma diferença linguística e cultural, sem estigmas, sem preconceitos."
Trabalhar com estas ideias dentro da EJA e LIBRAS nos ajudou, acima de tudo, na conscientização do direito destas pessoas a um ensino de qualidade, que respeite suas concepções e limitações, pois eles também fazem parte de uma sociedade, igualmente como todos nós!

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

ENTRE OS MUROS DA ESCOLA

O semestre 2009/01 para mim, também foi especial, pois ao trabalharmos com a interdisciplina de Psicologia II, descobri o tema do meu TCC:autonomia moral.
Tudo começou quando assisti ao filme: "Entre os muros da escola". Assistir a este filme constitu-ía-se em um procedimento obrigatório para a elaboração do portfólio de aprendizagens do semestre.
Este filme retratava o cotidiano de uma escola pública francesa cujos alunos, na grande maioria eram imigrantes oriundos de países africanos e asiáticos, caracterizando diferentes etnias, uma grande diversidade em sala e, consequentemente, diferentes identidades.
Diante deste "quadro", o filme explorava os inúmeros conflitos que aconteciam na relação professor e aluno, pela convivência diária e pelos princípios morais tanto do professor, como do aluno, envolvidos em cada situação, tendo-se as regras disciplinares como garantia para se manter o equilíbrio e o controle da situação.
Embora sendo uma escola francesa, acredito que todas nós, ao assistirmos o filme, nos identificamos com ele, pensando em todas as situações que vivenciamos nas escolas onde trabalhamos.O cotidiano escolar faz parte de minha vida, pois estou nele há 25 anos!
Ao refazer o portfólio, precisei ler e procurar por mais material, momento em que reli, com mais atenção, com um novo olhar, os textos de nossa tutora de Psicologia e o assunto, autonomia moral me despertou muito interesse.
Foi durante o nosso curso de Pedagogia que, pela 1ª vez, tive contato com este assunto, embora sempre tenha estudado sobre Piaget.
O fato é que na escola, nos preocupamos com o desenvolvimento cognitivo do aluno, nos esquecendo que o desenvolvimento moral também faz parte da aprendizagem, tendo como propósito maior, o pensamento autônomo.
Sabendo-se que as regras se fazem necessárias dentro do convívio social, a disciplina e o respeito à elas se dão no momento em que se tem condições e consciência de refletir e avaliar seu contexto, admitindo-as ou não, o que só é possível com o uso da razão.
Tal disciplina pode se tornar destrutiva quando levada ao excesso, onde a coação exercida não dê margem para a reflexão, criticidade, consciência para a realidade, esclarecimento.
A escola tem como função a formação de indivíduos com consciência de si e dos outros, capacidade de reflexão e criticidade, com atitudes baseadas em princípios morais.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

UM LUGAR CHAMADO ESCOLA

No segundo semestre de 2008, o foco de nossa análise foi a escola, levando-se em conta ser a mesma uma instituição pública, com sua organização e gestão, ou seja, toda uma estrutura que se faz necessária para que esta escola funcione. Aspectos estes que, em anos anteriores, ficavam à cargo da Direção Escolar.
Hoje, estamos construindo a gestão democrática! Este foi o tema norteador de duas de nossas disciplinas no semestre: Organização do Ensino Fundamental e Gestão Escolar, onde discutimos, entre outros assuntos, sobre as reivindicações, cada vez maiores, tanto por parte dos movimentos sociais e dos próprios profissionais da educação, pela busca de uma gestão escolar mais democrática.
A escola que objetiva tal gestão, procura redimensionar sua atuação abrangendo à área financeira, administrativa e pedagógica, buscando, através de suas ações, a participação social na construção das políticas educacionais, do projeto político-pedagógico da escola, dos investimentos( aplicação dos recursos) e avaliação. Com isso, os professores passam a se envolver com questões não apenas de sala de aula, com a questão curricular, mas também tomando decisões em muitas questões administrativas.
O projeto político-pedagógico que outrora era algo que a dministração escolar se incumbia, hoje passa a ser do conhecimento e da colaboração,na sua construção, por todos os professores, o que resulta, certamente, num maior comprometimento desses professores com as metas de ensino propostas pela instituição onde trabalha, esclarecendo dúvidas, apontando soluções.
Analisar a escola como um espço de convívio e os conflitos oriundos desta relação, principalmente entre professor e aluno, também foram foco de nossas discussões, pois tais relações constituem-se de extrema importância para a concretização dos objetivos formulados pelo professor e, em grande parte, para o sucesso do aluno.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

ESPAÇO E TEMPO

No primeiro semestre do 2008, trabalhamos com interdisciplinas que abrangiam as questões de tempo e espaço:Estudos Sociais, Matemática, Ciências.
Durante a realização deste semestre percebi o quanto priorizamos determinadas disciplinas na intenção de deixar os alunos mais preparados para a série posterior no que se refere ao domínio dos cálculos e da linguagem.
Quando falamos que trabalhamos questões espaço-temporais, elas estão simplificadas nos cartazes de aniversariantes, ajudantes, datas comemorativas,calendário do tempo, dias da semana.Com isso, os alunos vão apresentando cada vez mais dificuldade em dominar tais noções.
A contextualização das disciplinas se fez possível no momento em que as crianças construíram sua linha de tempo, a trajetória de suas vidas colocando os principais acontecimentos.Desta forma, puderam compreender o que é uma linha de tempo com fatos históricos e sua importância como tal.Utilizando a matemática, realizar cálculos mentais, para analisar a distância entre os períodos históricos, o que aconteceu antes/depois.
As noções direita/esquerda abrangeram também a aulas de Educação Física.
Em Ciências, os ciclos da natureza e os movimentos do Planeta Terra comparados aos movimentos do nosso corpo, resultaram em aulas muito prazerosas.
Trabalhar estas noções com as crianças é levá-los a observar e analisar a ação do homem ao longo do tempo nos diferentes espaços, o homem envolvido em um processo de mudanças, experiências individuais e coletivas,modificando e construindo seu tempo e seu espaço. E que eles, através de suas histórias, constróem um tempo, ocupam um espaço, modificam-o, interagem nele.
Quando temos este tipo de reflexão a respeito de tais questões, percebemos a importância deste trabalho com os alunos, percebendo-os como indivíduos de uma sociedade e construtores de sua história.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

A INTERDISCIPLINARIDADE COMO PRINCÍPIO

Ainda relembrando o ano de 2007, recordo que o 2ºsemestre foi "recheado" de surpresas (boas).
Tivemos várias disciplinas extremamente práticas, gostosas, que nos trouxeram muito conhecimento e novidades, sugestões de atividades para serem realizadas com nossos alunos, e que realmente foram realizadas.
Alunos meus do ano de 2007, passam hoje por mim nos corredores da escola e lembram de alguma atividade realizada naquele ano, como no caso do "Natal do Valente Assis", trabalhado na interdisciplina de música, momento em que aproveitamos também para trabalhar atividades de Artes Visuais.
Isso sem falar no teatro que se constituiu num espetáculo à parte com a apresentação da nossa peça teatral: A estrelinha Juju.
Todas estas disciplinas nos foram apresentadas de maneira interdisciplinar, com embasamento teórico e foram extremamente prazerosas.Em muitas delas,principalmente na de Ludicidade, com Tânia Fortuna, parecíamos crianças brincando! A infância é mágica e, durante este semestre, pudemos, em algumas situações, nos reportar à ela.
Outra grande surpresa foi a realização do nosso 1ºportfólio de aprendizagens, nos deixando muito apreensivas, tanto na sua elaboração quanto na sua posterior apresentação, o que representou um grande desafio! Hoje, isso já parece superado, ainda mais se analisarmos que, no momento atual, estamos concluindo o curso e realizando nossoTCC.
Mas confesso que foi o semestre mais gostoso de realizar, pois foi prático, dinâmico, sendo possível sua aplicabilidade direta em sala, chamando a atenção de outras turmas e outros professores da escola.
Também foi o semestre que introduziu o portfólio, nos fazendo parar para refletir sobre nossa caminhada, retomando as habilidades de síntese e análise, da produção escrita, da argumentação, e, por não dizer, da oratória (quando da apresentação)!
Por todos estes motivos, é um semestre para deixar saudades.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

RETROSPECTIVA 2007

Puxando pela memória, relembrando o início do curso de Pedagogia, é inevitável não descrever a angústia que senti no 1º dia de aula.Passada a surpresa de ter sido aprovada no vestibular, lá estava eu, pronta para iniciar minha jornada acadêmica.PRONTA????
Era o que eu imaginava! Porém, era angustiante e pavoroso não compreender e dominar a linguagem tecnológica bem como o uso do computador.Até hoje não compreendo o que me fez persitir.
Sempre gostei de Psicologia e como iniciamos com esta disciplina, sentia-me mais motivada.
As relações entre as colegas de curso e os professores foram se estreitando e fui sentindo mais confiança, fazendo-me perceber que muitas das minhas angústias também eram sentidas por outros.
A condição de sair do analfabetismo digital, ao mesmo tempo que me assustava e me desafiava, trazia uma sensação de superação, de elevação da auto-estima, fator que se tornou imprescindível para a continuidade do curso.
Quando um professor busca maior conhecimento a fim de qualificar seu trabalho, é visto com admiração, com respeito por seus colegas, e estes sentimentos eu comprovava que o grupo de trabalho da minha escola tinha em relação à mim.Sentia-me valorizada.
Voltar à condição de aluna, fez com que a leitura se tornasse, outra vez, um hábito em minha vida.Isso não significa que não lemos nada se não estivermos estudando, porém, de certa forma, somos forçadas à leitura, por exigência do curso, e com muitas delas nos identificamos, fazendo-nos buscar por mais informações.
Quando o 1º semestre terminou, senti-me outra pessoa.Ter superado com sucesso essa fase foi importante para que passasse a acreditar em meu potencial, dando-me motivação para prosseguir.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

FINAL DE SEMESTRE

Mais um semestre chega ao final, e este, com um gostinho especial:"final de curso"! No início do mesmo, vislumbrar este momento parecia ser algo inatingível, porém, a cada semestre que se iniciava, a distância diminuía, iniciado o trabalho, o fardo tornava-se menor!
Chegar ao final de um curso superior me faz pensar nos milhões de planos e projetos que temos e que raramente colocamos em prática ou seguimos até o final, pois, à medida que vamos nos deparando com as dificuldades, a euforia inicial vai se transformando em desmotivação...e muitos foram aqueles que ficaram pelo caminho...
O entusiasmo inicial não é suficiente para materializar um projeto, tudo tem um preço a ser pago e todas nós, hoje,sabemos disso!
Genialidade e talento são dons divinos!Mas, não mais importantes que o esforço e a continuidade.
Ingressei no PEAD sem saber nada de informática(e continuo sem entender lá grande coisa!!), e nem sei porque continuei depois das 2 primeiras semanas de treinamento intensivo, ainda mais quando, num belo dia, leio o comentário de um professor que dizia assim:
CLARA:
Só os gênios acertam na primeira vez! Refaça teu trabalho!
Como estou tão longe da genialidade....ainda bem que sou presistente...
"Antes de invejarmos quem triunfa e atribuirmos seu êxito ao acaso ou à sorte, devemos ter em mente que os vencedores são exatamente aqueles que fazem que os perdedores têm preguiça de fazer."
Parabéns a todos que chegaram aqui!Somos vencedores!

domingo, 4 de julho de 2010

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Finalizado o estágio bem como concluído o relatório, começam as preocupações e a ansiedade em relação a TCC.
Durante todo este período, fomos sempre desafiadas a refletir sobre nosso trabalho.
A realização do estágio me proporcionou repensar sobre uma das questões primordiais no processo ensino-aprendizagem: a importância do planejamento.
Várias foram as colocações que fiz em meu blog abordando este assunto e não irei repetí-las, tornando a leitura do mesmo enfadonha e repetitiva.
O que gostaria de destacar é que, se não tivermos um objetivo em mente, um cronograma esquematizado, muito facilmente podemos nos "perder" na onda dos acontecimentos.Foi o que aconteceu com a questão da Copa do Mundo e das Festas Juninas.Temas para os quais nem sempre desenvolvemos um projeto, porém, é impossível deixá-los de lado pelo envolvimento de que os mesmos despreendem, inclusive envolvendo os alunos em gincanas e/ou outras competições.
O fato é que, o cronograma que nos foi solicitado, no ínicio do estágio e que parecia inatingível, agora parece algo tão essencial e possível!
As experiências vivenciadas durante o estágio resignificaram toda a aprendizagem adquirida na trajetória acadêmica, proporcionando o amadurecimento de ideias e conhecimentos,a reflexão constante de nossa prática buscando aprimorar nosso trabalho cada vez mais.Neste cenário todos saíram ganhanco:escola-alunos-professor.

terça-feira, 29 de junho de 2010

ALIMENTAÇÃO-UMA NOVA DISCUSSÃO

Como coloquei em algumas postagens anteriores, no desenvolvimento do projeto de alimentação com meus alunos,combinamos que o consumo de refri, doces como balas, pirulitos e chiclés bem como salgadinhos e bolachas recheadas, seriam trazidos para a merenda somente na sexta-feira.Nos demais dias, se não fosse possível o preparo de uma merenda mais natural, os alunos comeriam a merenda da escola, cujo cardápio é elaborado por nutricionistas.
No início, todos mostraram-se entusiasmados, empenhando sua palavra no respeito ao acordo feito!Porém, com o passar do tempo,quando outros assuntos começaram a aparecer "atropelando"nosso projeto como a copa e as festas juninas,e nossas discussões em sala sobre uma boa alimentação foram se tornando mais "escassos",alguns alunos começaram a cometer alguns "deslizes"não mais respeitando o acordo feito:escondiam-se dentro dos banheiros ou em algum cantinho, no pátio da escola, para não serem vistos e comiam, aí, seus salgadinhos e bolachas!Alguns defensores da boa alimentação vinham "dedurar" seus colegas e este fato deixou-me muito desanimada, pois o projeto nem bem chegou ao seu final e alguns alunos parecem já ter esquecido tudo o que falamos!
Em boa hora, hoje foi possível uma palestra com nutricionistas que eu já havia planejado anteriormente.Afirmo isto porque, além delas retomarem questões que nós já havíamos visto, deram uma boa explicação sobre a composição das bolachas e salgadinhos e o prejuízo que seu consumo exagerado causa ao organismo.
Imediatamente,alguns alunos começaram a se desculpar e a lembrar da moderação que devemos ter no consumo de alimentos industrializados,relembrando o acordo firmado e, mais uma vez, comprometendo-se em respeitá-lo.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

MATEMÁTICA COM MATERIAL DOURADO

Já faz algum tempo que venho utilizando o material dourado nas aulas de matemática com minhas turmas,porém, este é um conhecimento que se deu ao longo de minha trajetória como professora.
Mesmo depois de formada no Magistério, tinha dúvidas quanto a composição e decomposição de numerais e como trabalhar isto com as crianças, se eu própria tinha minhas dúvidas que não haviam sido sanadas durante o meu período escolar e meu curso de formação.
Através de cursos ministrados por professoras da Unisinos,a matemática me foi apresentada de uma maneira mais "lúdica"!Só a partir daí comecei a entender coisas que nunca havia compreendido enquanto aluna e comecei a trabalhar desta forma com as crianças.
Apesar de tantos cursos oferecidos aos professores,o material na escola é inexistente e ainda há muitos profissionais que não o conhecem e nem sabem como trabalhar com ele.Além disso, nem todos se interessam em desenvolver um trabalho com este recurso pedagógico.
Na escola onde trabalho, durante nossas reuniões, professores interessados trocam ideias comigo,fazem questionamentos e trocamos material, mas nem todos procuram por este esclarecimento.Mas percebo que, o número de professores interessados em trabalhar com o material dourado, vem aumentando.Talvez, também, porque os livros didáticos estão trazendo este material.
Como não há material suficiente para todos os alunos, cada um confecciona o seu que nada mais é do que um xerox tirado de um livro utilizando um papel mais resistente para as crianças manipularem.
Como professores nos preocupamos muito com o cálculo armado e com o fato de prepararmos os alunos para a série seguinte.Como sabemos que no próximo ano, os alunos serão cobrados por estes conhecimentos,nos "atropelamos"não dando tempo para que construam suas hipóteses e que resolvam determinadas situações matemáticas através da manipulação do material.
Quanto mais eu utilizo o material dourado, mais me convenço de que ele é um ótimo recurso, pois não sou eu que digo o que as crianças devem fazer para resolver uma situação, eu as induzo a descobrirem a resposta, que muitas encontram,baseado no conhecimento que construiram utilizando tal recurso.
Abaixo algumas fotos com os alunos trabalhando em sala:



































quarta-feira, 16 de junho de 2010

COMER BEM...É BOM!!!

Continuando nosso trabalho sobre alimentação, colocamos uma atividade, registrada anteriormente, em prática.
As crianças haviam escrito sobre os ingredientes na preparação de um sanduíche.
Na 2ªfeira, trouxe os ingredientes listados pelas crianças para que elas mesmas preparassem seus sanduíches e os saboreassem no refeitório, durante a merenda.
Ficaram surpresos pois não imaginavam que iriam fazer isso.A preparação da mesa, a colocação dos ingredientes sobre ela, a lavagem das mãos e a colocação da touca, além da preparação de seu sanduíche com ingredientes mais naturais, foi uma festa.
E para encerrar a atividade com chave de ouro, a frase citada pela Eduarda:
_Bah! Comer um sanduíche é melhor que comer um pacote de salgadinho!
Na quarta-feira os alunos ouviram a história"A cesta de dona Maricota", devendo procurar pelos alimentos que faziam parte da história dentro de uma sacola, de olhos fechados. Após, a cesta foi montada e esses alimentos foram saboreados na sexta-feira, no horário da merenda.
Percebi que os alunos gostam de frutas, verduras e legumes e que não comem mais porque é pouco lhes oferecido em casa.Os pais ainda preferem comprar guloseimas do que uma fruta para que os alunos tragam de merenda,por isso, durante toda a semana, os alunos só podem trazer merendas mais saudáveis,caso contrário, consomem a merenda do cardápio da escola.
Mudar este hábito terá de ser algo persistente e duradouro,porém, necessário!É preciso alertar nossos alunos para aquilo que consomem e mostrar os benefícios de uma outra opção!




















































































































































segunda-feira, 7 de junho de 2010

COMER...COMER...

Na semana anterior(31/05) iniciei meu projeto sobre alimentação contando a história sobre O sanduíche da Maricota.Contar uma história em sala, principalmente para introduzir um novo tema, é algo comum, porém, o diferencial é a maneira como utilizamos este recurso nas aulas posteriores, explorando-o de várias formas.
Quero aqui salientar 3 atividades que desenvolvi a partir desta história:o trabalho em grupo para a escrita dos ingredientes e modo de preparo do seu sanduíche preferido.As crianças dividiram-se em grupos e escreveram quais os ingredientes que colocariam em seu sanduíche, caso fossem elas que iriam preparar.Este material ficou comigo para prepararmos e "saborearmos" estes sanduíches em outra aula.Meu objetivo é provocar a discussão, em aula posterior,sobre o "equilíbrio" entre os ingredientes colocados,pois um sanduíche, do ponto de vista nutricional, não é um x-burguer e o de que comer um bom sanduíche,é melhor e alimenta mais do que um pacote de salgadinho.
Em nossas aulas de matemática(PEAD), trabalhamos com atividades que desenvolviam a seriação.Utilizei-a com os alunos da seguinte maneira:os alunos receberam uma folha com os ingredientes que faziam parte do sanduíche da Maricota,precisavam recortá-los, pintá-los e colá-los dentro de um prato descartável seguindo a ordem apresentada na história.Fizemos um painel.
E como atividade envolvendo tecnologias de informação, os alunos escutaram a história da galinha Maricota no youtube,no Laboratório de Informática.Nas mesas alfabeto da Positivo, as crianças puderam brincar com o jogo de montar seu sanduíche.
Todas as atividades desenvolvidas foram bem aceitas pelas crianças,que desenvolveram-as com entusiasmo, mostrando interesse para darmos prosseguimento com o assunto em aulas posteriores.
Esta semana foi mais curta devido ao feriado.Ao realizarmos estas atividades ainda não foi possível perceber quanto conhecimento os alunos possuem sobre o tema, que certamente fluirá nas aulas posteriores,porém, já foi possível ver que estão bastante entusiasmadas!
O objetivo final, ao término deste projeto, é o de que os alunos conscientizem-se dos benefícios de uma boa alimentação e reduzam o consumo de tantas guloseimas e salgadinhos que consomem diariamente.


































































































































































































































































































































































































































































































segunda-feira, 31 de maio de 2010

A ESCOLA E O QUE ELA REPRESENTA

Hoje,31/05,concluí um de meus projetos de estágio: a escola.
Quando o iniciei,pensava que seria um tanto enfadonho, que talvez não tivesse assunto para tanto tempo....ledo engano.....o que parecia era que seria difícil concluí-lo para reiniciar outro.
Trabalhamos a questão da estruturação espacial, a história da escola, principais acontecimentos ao longo dos seus 71 anos de vida e a escola como um espaço de convivência, um espaço de crescimento.
Fazer a linha de tempo da escola trazendo fotos antigas e atuais;conversar com pessoas que trabalharam em nossa escola há muito tempo atrás e perceber que muitas pessoas da sua família também frequentaram os bancos escolares do Rui Barbosa; conhecer o local onde nossa escola começou...foram fatos que entusiasmaram as crianças e fizeram com que valorizassem, ainda mais, este espaço onde buscam o saber.
Muitas questões terão continuidade,principalmente no que se refere à questão espacial, onde, a maioria das crianças, apresentou muita dificuldade.Foram trabalhos como representar trajetos dentro de espaço ecolar, representar a rua da escola, a quadra da escola, o trajeto de casa até a escola.Trabalhos estes que se tornam imprescindíveis para que o aluno possa compreender, mais tarde, mapa, escalas, coordenadas,partes menores inseridas em algo maior.Afinal de contas, o trabalho com o bairro onde moram continua,pois faz parte dos conteúdos mínimos de 3ºano.
Junto com a estruturação do espaço, temos as noções:direita,esquerda,acima,abaixo,entre,que, não preciso mencionar, é pra lá de complexo!!!
Conhecimentos gerais à parte,toda discussão sobre direitos e deveres do aluno, o trabalho de cada um na escola e o respeito pela função que cada um desempenha,representam um capítulo à parte em nosso projeto.As crianças sempre manisfestaram gostar da escola, de estar nela,de valorizá-la.Percebo que, depois deste trabalho, este sentimento ficou mais forte.Sem que elas percebam, já as vi juntarem lixo do chão(sem ninguém pedir que o fizessem).Já vi colarem uma folha de volta na parede por ela ter caído no chão(e não serem trabalhos da nossa turma).Fecharem alguma torneira na pia do refeitório ou do banheiro, me avisarem quando esqueço de desligar a luz ao sair da sala.Se dirigirem, com extrema educação, à uma outra sala.
Por isso, por estes PEQUENOS DETALHES,que me dão indícios para uma avaliação,posso dizer que valeu à pena.
Abaixo algumas fotos das crianças na escola:






















































segunda-feira, 24 de maio de 2010

O ESPAÇO ESCOLAR

Durante a aplicação de meu projeto de estágio sobre a escola, trabalhamos muito com a questão da organização espacial, quer seja da própria escola ou do local onde ela está localizada.
Em todas as atividades oferecidas, houve muita dificuldade por parte de alguns alunos, que, em muitas vezes, precisaram refazer suas representações.Certamente, o conceito de espaço para esta criança ainda não está bem desenvolvido.
Grande parte de meus objetivos neste projeto sobre a escola abrangeram a área de Estudos Sociais, cujo maior objetivo é propiciar que a criança compreenda o que é a vida em sociedade, a ação dos grupos socias no tempo e no espaço, porém, apesar destes 3 conceitos estarem extremamente relacionados:grupos-tempo-espaço, é preciso ver, e trabalhar, cada um, em particular.Foi o que procurei fazer:desenvolver o conceito de espaço na escola, oferecendo oportunidades para que o aluno pudesse operar com as relações espaciais:localizando-se,orientando-se, expressando-se graficamente.
Começamos com a localização das dependências da escola, identificando suas utilidades, debatendo sobre elas, descobrindo a lógica da organização do espaço escolar.Desta maneira,a criança se prepara para analisar outros espaços, que também estão organizados segundo regras bem determinadas.
Continuamos o trabalho com o trajeto da casa até a escola, a representação da rua e da quadra da escola, ou seja, pensar o espaço e saber situá-lo dentro de uma totalidade físico-territorial, ou seja, inserir espaços menores em espaços cada vez maiores, conceitos estes, que devem ser construídos gradativamente pela criança, de acordo com os estudos de Piaget e outros pesquisadores.
Então, é preciso partir do simples ao complexo,das experiências das crianças como a representação dos trajetos que ela faz todos os dias, para mais tarde ela compreender noções complexas sobre o espaço em que vive.
Tenho certeza que o desenvolvimento deste trabalho contribuirá para que os alunos, mais tarde, apresentem muito mais facilidade no trabalho com mapas e outras representações espaciais.















O desenho acima é o trajeto de ida e volta da sala de aula até o laboratório de informática, utilizando legendas determinadas pelos alunos.






Este desenho representa o trajeto de casa até a escola

















Este representa a rua onde nossa escola está localizada












E este representa a quadra da escola








Consulta bibliográfica:
ANTUNES,Aracy do Rego;MENANDRO,Heloisa Fesch;PAGANELLI,Tomoko Iyda.Estudos Sociais-Teoria e Prática.ACCESS.

domingo, 16 de maio de 2010

ESCOLA...ESPAÇO PARA CRESCER

"Mesmo que possa não parecer,é a escola que nos faz crescer.Nela aprendemos a ler e escrever.Nela aprendemos a viver. Escola tem o E de ESPERANÇA, o S de SABEDORIA,o C de CONFIANÇA, o O de ORTOGRAFIA, o L de LEMBRANÇAS e o A de ALEGRIA."

Com esta música, iniciei minha aula na sexta-feira,dia 14/05.
Duas semanas atrás, fizemos um trabalho onde as crianças registraram o que esperavam da ESCOLA, da DIREÇÃO, dos PROFESSORES e dos COLEGAS.As respostas ficaram comigo, guardadas, esperando o momento certo para usá-las.
Neste mesmo trabalho, os alunos precisavam elencar o que poderiam fazer para tornar a escola um ambiente agradável...
Pois bem, no dia anterior, algumas crianças brigaram e houve confusão.Resolvi o que era preciso para aquele dia e não falei mais nada.
Após cantarmos a música, afixei no quadro um cartaz com as respostas dos alunos referente a pergunta:O que eu posso fazer pra tornar minha escola um lugar mais agradável?
No topo da lista estavam:

Não jogar lixo no chão
Não riscar paredes e classes
Respeitar a todos
Não brigar
Não fazer fofocas
Ser educado e ser amigo de todos

No final, escrevi a letra da música, fazendo um "acróstico" com a palavra escola:
E SPERANÇA
S ABEDORIA
C ONFIANÇA
O RTOGRAFIA
L EMBRANÇAS
A LEGRIA

Quando viram as respostas perguntaram:
-Mas nós respondemos isso?
Mostrei os papéis guardados.
Ficaram quietos, escutando o que eu dizia pois sabiam, alguns, que haviam agido errado no dia anterior.
Falamos muito sobre o que significa crescer e no que a escola contribui para o nosso crescimento.
Para fazer com que pensassem sobre o que fizeram de errado, usei as ideias deles registradas sobre o que pensavam ser o certo.Houve atrito.Momento em que todos perceberam que é tão fácil falar sobre algo, difícil é sempre agir da forma que falamos.
Infelizmente, nem sempre o professor tem estas "armas" na mão,mas quando as tem, deve explorá-las, pois o resultado é muito bom!!!

segunda-feira, 10 de maio de 2010

ESCOLA...ESPAÇO DE CONVIVÊNCIA

"A escola é...o lugar onde se faz amigos,
Não se trata só de prédios, salas, programas,
Horários, conceitos...
Escola é, sobretudo, gente
Gente que trabalha, que estuda, que se alegra,
Se conhece, se estima.
O diretor é gente.
O coordenador é gente, o professor é gente, o aluno é gente, cada
Funcionário é gente
E a escola será cada vez melhor na medida em que cada um se
Comporte como colega, amigo, irmão.
Nada de "ilha cercada de gente por todos os lados".
Nada de conviver com as pessoas e depois descobrir que não tem
Amizade a ninguém.
Nada de ser como o tijolo que forma a parede, indiferente, frio, só.
Importante na escola não é só estudar, não é só trabalhar.
É também criar laços de amizade, é criar ambiente de
Camaradagem, é conviver, é se "amarrar"nela!
Ora, é lógico...
Numa escola assim vai ser fácil estudar, trabalhar,
Crescer, fazer amigos, educar-se, SER FELIZ"
Paulo Freire
Começamos a trabalhar na sala sobre a nossa escola, um dos temas a ser desenvolvido em meu estágio.
Na semana passada, trabalhamos sobre a história de nossa escola, pois é a escola mais antiga do município, os principais acontecimentos que fizeram parte desta trajetória.Ficaram surpresos com os fatos.Montamos um painel com fotos.Conseguimos algumas bem antigas, outras nem tanto.Visitamos o local onde nossa escola começou...
Vimos o material registrado sobre os 65 anos da escola e fizemos entrevista com uma professora que trabalhou na escola quando ela ainda era em outro endereço, que não o atual, há muitos anos atrás!!!
Durante o desenvolvimento deste tema, procurei trabalhar, além das questões atuais e históricas, a escola como um espaço de convivência, de relações de amizade, de respeito a todos e ao trabalho de cada um, o respeito às regras e aos diferentes espaços que fazem parte da escola.
Na sexta-feira passada, a Dona Norma(professora aposentada) veio nos visitar e dar-nos uma entrevista.
Elaboramos anteriormente as perguntas que faríamos à ela e combinamos como iríamos proceder no dia para que a entrevista acontecesse.
Pensei que seria algo normal, sem maiores surpresas, porém, Dona Norma me surpreendeu falando de seus alunos daquela época, da carência em todos os sentidos e de seu relacionamento com eles.Também comentou sobre o relacionamento entre os alunos, da amizade que tinham uns com os outros.Enfim, a entrevista passou a ser algo valioso na obtenção de um de meus objetivos ao trabalhar sobre a escola:não somente um lugar para estudar, mas um lugar para fazer amigos, um lugar de respeito de convivência...e aí eu percebi como a entrevista é um recurso precioso!
Muitas foram as histórias por ela contadas atraindo a atenção das crianças, porém, o momento de maior "perplexidade",foi quando ela retirou, de dentro de um envelope cor de rosa, um convite de formatura de um aluno que havia estudado na escola.O ex-aluno, hoje, é médico em nossa cidade.Dona Norma foi à sua formatura e guarda este convite há 35 anos.Uma bonita prova de amizade, carinho, respeito entre professor e aluno.Percebi nos alunos que estavam sensibilizados e a entrevista tomou um rumo que nem eu esperava, mas que gostei!!!
Quando desenvolvemos este tema com os alunos,é comum abordarmos vários aspectos, porém, esta questão da escola como um espaço para além do estudar, acaba ficando de lado.Um "detalhe" que acaba sendo imprescindível, pois a falta de respeito em relação a tudo e a todos é cada vez mais comum.
E não basta fazer as crianças apenas escreverem o que elas podem fazer para tornar a escola um lugar mais agradável para se estar, estudar.É preciso que sintam isso e que sejam cobrados por aquilo que se dispuseram a fazer, que se comprometeram.
Pensam que as crianças sentiram isso com a Dona Norma.É preciso que eu os cobre, no dia a dia, em seus atos, em suas atitudes,pois isso também se aprende na escola!
Quanto ao texto de Paulo Freire, é tudo o que eu pretendia que as crianças compreendessem!E incorporassem!Talvez, apesar de não estar no planejamento, iremos lê-lo e mais uma vez conversar o que a escola representa para nós além de suas paredes e dependências.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

SONHANDO COM O FUTURO

"Não é possível refazer este país, democratizá-lo, humanizá-lo, torná-lo sério, com adolescentes brincando de matar gente, ofendendo a vida, destruindo o sonho, inviabilizando o amor.Se a educação sozinha não transformar a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda".
Paulo Freire
Organizando velhos cadernos do PEAD neste final de semana, encontrei este pensamento de Paulo Freire.Repensando nas atividades desenvolvidas durante a semana com meus alunos e das conversas que tivemos,penso que ele expressa, de certa forma, a angústia de um professor, ou qualquer ser humano, diante da banalização da violência que hoje vivemos, fruto também da falta de perspectivas e sonhos de uma geração.
Na semana passada conversamos sobre o Dia do Trabalho, aliás, tema que esteve presente a semana toda.
Durante o transcorrer das aulas, fui percebendo algumas coisas que me entristeceram.Uma delas foi constatar que os alunos não se orgulham da profissão que seus pais têm,não gostam de falar no assunto, pois percebem que seus pais não têm profissões, apenas um trabalho.Não se prepararam para exercer alguma função, estão fazendo o que "apareceu".Isso ficou ainda mais evidente durante nossos trabalhos, o que tentei fazer uso para uma reflexão.
Fiquei triste porque,geralmente, as crianças imitam seus pais em seu ambiente de trabalho e se espelham nele, o que não acontece no meio onde leciono.
A 2ª questão é o fato de pouquíssimas crianças expressarem a profissão que gostariam de seguir no futuro.Em anos anteriores,parece que os sonhos tornavam-se mais evidentes.
Enfim, houve a aula em que os alunos se permitiram falar, e eu fiquei como ouvinte!
Casos da família, parentes, vizinhos.Gente sem emprego, gente furtando, usando drogas, "solto" por aí!Algumas histórias bem CABELUDAS, como costuma-se dizer.
Gostei da confiança em mim depositada e os questionei se era essa vida que gostariam de levar quando crescessem.Todos foram unânimes em afirmar que não(e eu que pensei que não sonhassem!!).Comentamos da importância do trabalho, em qualquer grupo social, tanto para a sociedade como para o indivíduo, dos direitos e deveres que tenho como cidadão no exercício de uma profissão e do resgate da cidadania de cada pessoa, através do trabalho.Enfim, o trabalho, pelo que representa à sociedade e ao cidadão, é UMA das condições, ferramentas das quais esse mesmo cidadão se vale para dar sentido a sua vida, percebendo-se capaz de produzir, contribuir, aprender, crescer...Quem não o tem, falta-lhe algo...
Logicamente, essas não foram as palavras empregadas com os alunos, mas a intenção em repassar a mensagem, certamente, na esperança de que eu tenha contribuído na reflexão de meus alunos na quebra de um paradigma comum em comunidades carentes: de que não é possível sonhar com algo melhor do que se têm, ou ser algo melhor,modificando quadros e situações que vivenciamos em nossa sociedade.
"A escola, por si só, não muda a sociedade, mas essa mesma sociedade ainda precisa dela!"


segunda-feira, 26 de abril de 2010

PLANEJAR É PRECISO

Recebemos na escola, na semana anterior, um material sobre planejamento.Trata-se de uma entrevista sobre o tema com o professor Celso Vasconcellos.
Enquanto lia, pensava em minha sala de aula e na minha própria maneira de planejar e percebia que, em muitos aspectos, tudo se assemelhava:começar um planejamento sonhando e depois se deparar com a realidade,colocando os pés no chão, sendo este momento imprescindível, pois preciso perceber o que realmente conseguirei fazer, tendo a avaliação como um instrumento que me apontará a realidade deste meu trabalho.
"O planejamento é inerente ao ser humano.Sempre temos algum plano, mesmo que não esteja sistematizado por escrito".Trabalho há 25 anos em sala de aula e sempre planejei.Logicamente, não agora como estou fazendo em nosso estágio, tão objetivo e sistematizado,mas, planos são traçados no início do ano, reavaliados, adaptados,enfim, todas as mudanças possíveis para que o processo ensino aprendizagem tenha qualidade e intencionalidade.
Para planejar é preciso ter tempo, troca, diálogo.Infelizmente, muitas reuniões de escola são burocráticas"demais, com assuntos, na maioria das vezes de caráter administrativo.É preciso dar mais espaço e autonomia as professor e promover o diálogo entre os professores, pois é neste momento, de grande socialização, que se compartilham descobertas excelentes que cada um possa ter.Porém, o que mais me chamou a atenção em todo este "papo" sobre planejamento,foi a resposta dada pelo mestre ao ser questionado sobre o momento em que se deve ter mais cuidado para planejar.Vasconcellos afirma que são as primeiras aulas, principalmente nas séries iniciais, o momento em que o planejar torna-se precioso.Segundo estudos feitos, a boa relação professor/aluno é decidida nestes momentos.Outras pesquisas apontam os primeiros instantes da 1ª aula como determinantes do sucesso da atividade docente.
Tal afirmação, acredito merecer atenção especial, visto que, no 1º dia de aula, por não conhecermos nosso aluno, nem sequer temos algo planejado para aquele ano, ou mesmo, para aquela aula.É comum falarmos que vamos nos apresentar, deixar as crianças falarem sobre suas férias, suas expectativas para o ano.Nem sempre colocamos nosso plano de trabalho para eles ou o que dele esperamos.Geralmente, é uma aula para a qual não damos muita importância ou parecemos não dar.Talvez, tal fato encontre explicação em algo que todos nós devemos ter em mente:planejar não é só determinar conteúdos, objetivos, metodologia, avaliação.É tornar-se disponível para os alunos, estar presente na sala de aula, acreditando no processo ensino aprendizagem.
O professor precisa acreditar no que faz para fazer cada vez melhor.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

TODO DIA ERA DIA DE ÍNDIO.....

Hoje é 19 de abril, Dia do Índio!Hoje falaremos dele nas escolas, talvez, só hoje!O restante do ano ele ficará esquecido,quando também poderíamos estabelecer relações entre eles e outros grupos sociais, entre eles e nós mesmos, em vários momentos que se tornassem propícios.
Hoje eu também fui trabalhar sobre o índio, não porque é apenas um conteúdo mas porque, há vários anos, tento fazer uma nova abordagem destinando quase toda uma semana à esse tema, no intuito de fazer com que as crianças conheçam e ouçam fatos mesmo nas séries iniciais, acostumando-se a ver que a história tem 2 lados e, quais são nossos verdadeiros heróis.Não é preciso que eles cheguem a uma 4ª ou 5ª série para reconhecerem que esta é uma história de muitas versões.Pois bem, para meu espanto, quando fiz a tradicional pergunta:O que vocês sabem sobre os índios?...Ninguém respondeu nada!
Depois da insistência, muito tímidos, ouvi alguém falar em arco e flecha e foi só....
Embora sendo crianças de um 3º ano,esperava mais!
Contei histórias, conversamos, fizemos desenhos,e, aos poucos, foram se soltando....contando alguns relatos, notícias ouvidas etc...
Tenho toda uma semana para desenvolver o tema e tenho certeza de que as crianças, ao serem questionadas, no próximo ano sobre a referida data,terão mais coisas a dizer...
Em nosso currículo nos preocupamos demais com as disciplinas de Português e Matemática, com os cálculos e a escrita correta,mas pecamos quando podemos desenvolver um tema que vise trabalhar a cidadania, e não damos muita importância à ele.A questão indígena está no currículo, mas cada professor dá a ele a atenção que julga merecida, de acordo com seus princípios e suas convicções.
Um povo que não conhece a sua história, não pode respeitá-la, valorizá-la.Isso é algo que não se aprende sozinho, é preciso ensinar, mostrar, dialogar..O respeito pelos diferentes grupos sociais é o respeito pelo ontem, pelo hoje, pelo meu semalhante, pelo meu colega.
Este é um tema propício, além de outros, para ensinar ao meu aluno o valor das diferenças e ver , em cada uma delas, a sua importância.Estabelecer relações em todos os momentos do ano letivo, quando houver possibilidades,com temas como este, é não restringir a questão indígena à 19 de abril.Eles fazem parte de nossa sociedade.
Antigamente, todo dia era Dia Do Índio, mas agora ele só tem o dia 19 de abril.....vamos cuidar para que este dia também não seja esquecido!

domingo, 11 de abril de 2010

A IMPORTÂNCIA DE PLANEJAR

Em nossa aula presencial sobre as orientações de estágio,o professor Samuel nos desafiou a elaborar um cronograma com a previsão das atividades para as 9 semanas de estágio.A princípio, fiquei um tanto perplexa imaginando que não conseguiria "enxergar tão longe"sendo capaz de saber o que faria daqui a 6, 7, 8 ou 9 semanas.
Presas ao nosso diário onde constam apenas a relação das atividades a serem realizadas pelos alunos,bem como registros importantes sobre aprendizagem de cada um,nos parece um esforço"sobre humano" e inatingível.Elaboramos objetivos gerais em nosso plano de curso e já nem sabemos mais diferenciar estes dos objetivos específicos.
Passei o final de semana praticamente envolvida nesta tarefa, retomando considerações antigas e relendo alguns textos trabalhados durante o curso.
Um dos textos encontrados foi a de autoria de Maria Bernadete Castro Rodrigues cujo título é:Planejamento:em busca de caminhos.
Quando planejamos, nos preocupamos em apresentar conteúdos, objetivos e avaliação,porém, de acordo com a autora citada, é preciso saber o que queremos alcançar, a que distância estamos daquilo que queremos alcançar e o que faremos para diminuir esta distância.
"Planejar é elaborar, executar e avaliar"(Gandin,1985,p.22).
A melhor definição para planejamento que li até agora é a de que "Planejar é a constante busca de aliar o "para que "ao " como", colocada pela autora do texto citado.Simples, e ao mesmo tempo, tão complexo.
Nestes anos todos dedicados ao Magistério, exercito diariamente minha capacidade de aprender e de ensinar,palavras de nosso mestre Paulo Freire.Tenho ceteza que sempre estarei aprendendo e nunca chegarei à perfeição.Deixamos certas questões de lado, priorizamos outras, fazemos poucos registros e nos questionamos eternamente sobre a melhor avaliação e as melhores metodologias.
Como um destaque final para a reflexão deste texto,o diário de classe do professor é colocado como um instrumento importante para a eficácia do seu planejamento , prática que tenho até hoje.
'O diário de classe torna-se importante instrumento de reflexão constante da prática do professor.Através dessa reflexão diária ele avalia e planeja sua prática"(Madalena Freire).
Neste período de estágio,mesmo reaprendendo a elaborar objetivos e conciliar teoria e prática,questões fundamentais para o bom planejar, é necessário se ter em mente onde quero chegar com meu aluno e que tipo de cidadão eu quero formar.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

MAIS UM ANO ?!?!?!

Como já postei em meu pbwork, este ano completo 25 anos de serviço, sendo todos prestados em sala de aula, na relação direta com o aluno.
Fossem anos passados, estaria me aposentando, porém, hoje, nem nos cabe mais esta certeza...
Neste aspecto, invejo os artistas que morrem trabalhando por amarem a arte de representar, de atuar sobre um palco e nem pensar em parar.
Todo professor é um pouco artista embora não tendo o mesmo prestígio e salário que os "globais",representa, a cada dia, no palco de sua sala de aula, o esforço e a vontade na dádiva de transformar seus alunos em pessoas melhores:mais cultas, mais educadas, mais cidadãs.
Numa retrospectiva, houve momentos de trabalho reconhecido, gostoso de se fazer, momentos de desilusão, frustração, descrédito.Momentos de pensar em largar tudo e outros de achar que era para vida toda.
Trabalho os últimos 13 anos numa realidade muito dura, onde crianças faltam à aula por não terem calçado adequado, por não saberem quem vai assumir sua guarda pois os pais não lhes querem mais, por assistirem a tanta violência tornando-a algo banal, serem vítimas(mesmo que indiretas) das drogas e da ausência de auto-preservação.
É possível fazê-las sonhar e esquecer um pouco suas tristezas numa escola que procura oferecer cada vez mais? Laboratórios de Informática, Projetos no contra-turno, aulas específicas de reforço, recreação.Parece que mesmo assim ainda não conseguimos atingir a todos....
Por um lado, vejo pais perdidos na arte de educar, sem saber o que seria o "meio-termo",e muitas vezes sem querer sabê-lo.
Entre os professores, levar em consideração todos estes problemas do aluno mas querer desenvolver o seu trabalho, promovendo o crescimento do educando, leva à dicotomia entre o ensino à obediência as regras e imposição dos limites e o uso de uma proposta pedagógica mais libertadora.
É preciso dosar e se ter o equilíbrio certo entre a liberade que se dá, mantendo-se a responsabilidade que cada um deve ter na preservação do espaço que se ocupa, na relação com o outro e na construção do saber.
Este pequeno "quesito" é a fórmula que procuramos desvendar a cada início de ano letivo, com novos alunos e que nos transforma em artistas em potencial! Para que cada ano não seje apenas mais um!