Há algumas semanas atrás, na Interdisciplina de EJA, foi nos solicitada a leitura do texto de Regina Hara:Alfabetização de Adultos, ainda um desafio e posterior participação em fórum para a troca de ideias.
Na maioria de minhas postagens, ou pelo menos na mais concisa delas, abordei quanto ao aspecto da avaliação, a ser realizada não somente no final do processo ensino aprendizagem mas fazendo parte do dia a dia ,alavancando a construção do conhecimento, percebendo-se avanços e progressos através da comparação com trabalhos posteriores.
Numa tarde, em que pensava sobre minha próxima postagem e a abordagem que faria, lembrei-me de uma novela exibida pela Rede Globo em horário nobre que trazia como um dos personagens o ator Mateus Naschterghale( não estou bem certa de seu sobrenome).
Lembro como se fosse hoje da interpretação do ator.Ele era analfabeto e, um dia, conhece uma professora que desenvolvia um trabalho com alfabetização de adultos.Pois bem, ambos se conhecem e a professora fala muito de Paulo Freire e suas ideias para o ator.Escondido de todos, o ator(Mateus)passa a frequentar as aulas onde inicia sua alfabetização pois era movido por um grande sonho:assinar seu nome no livro de registros, no dia de seu casamento.E eis que este dia chega.Quando o capítulo vai ao ar, a interpretação do ator ao assinar seu nome revelando a todos, na igreja, da satisfação que isso lhe proporcionava, foi espetacular!!!!Era capaz de escrever seu nome e não precisava mais de ninguém para representá-lo!Penso que este é o sentimento que os adultos têm quando conseguem se alfabetizar.Relendo o texto, esta cena veio à minha mente e penso que expressa muito bem o que Regina Hara fala quando se refere à importância de se identificar a necessidade de escrever de cada um onde as propostas de escritura devam ter alguma função para o sujeito.\\\"O ato de escrever é indissociável da função expressiva e comunicativa da escrita, e, portanto, das coisas do mundo.
Seguindo este pensamento, ao assitir um vídeo sobre a construção da leitura e da escrita do adulto numa perspectiva freireana, Paulo Freire fala de um jovem rapaz que em uma de suas aulas, aproxima-se do quadro escrevendo a palavra NINA e soltando uma sonora gargalhada!
Ao ser perguntado sobre sua intensa alegria, respondeu que NINA era o nome de sua mulher.
Imediatamente, lembrei novamente da novela e do ator no momento em que, com lágrimas nos olhos mas com um sorriso enorme em seu coração, revela que ninguém mais precisará representá-lo,pois sabe aquilo que de mais significativo representa para o ser humano: a escrita de seu nome.....e dos seus.