quinta-feira, 26 de novembro de 2009

ESCRITA DE TEXTOS

O texto Coesão e Coerência,sugerido para leitura na interdisciplina de Linguagem, além de uma linguagem acessível, nos traz exemplos concretos de produções escritas das crianças e que realmente ocorrem.Estamos acostumadas a ler tantos textos e conhecemos sobre o que as autoras dissertam, porém, ao ler a leitura sugerida, fica ainda mais evidente todas estas etapas pelas quais as crianças passam e o respeito que devemos ter às suas produções.É por este respeito que não vemos mais cartilhas serem usadas nas primeiras séries,as professoras trabalham com as próprias produções das crianças, valorizando o que elas constróem.Uma frase citada no texto chamou-me a atenção em especial:"Em busca do domínio dos recursos da coesão e coerência textual, o texto das crianças têm seus tropeços".Como trabalho com uma 3ª série, percebo bem isso:Falta contextualização, muita repetição como o "e daí"e a dificuldade no emprego dos pronomes.A sugestão dada pelas autoras creio que é seguida em grande parte pelos professores:O contato com variados tipos de texto quer sejam poesias, receitas, contos, crônicas etc, a reescrita dos textos elaborados pelos alunos e a intervenção da professora nesta construção.Penso que a reescrita e a intervenção são fundamentais para que a criança possa dar-se conta de determinados elementos em sua produção.Há coisas que os alunos precisam vivenciar, e trabalhar a questão da escrita, é uma delas.Em minha concepção, alunos de 1ª e 2ª série devem dar vazão ao imaginário construíndo textos com coerência e com riqueza de detalhes.Na 3ªsérie, já é o momento de ir trabalhando algumas questões referentes a coesão,pois é necessário que haja uma evolução em sua escrita.Se a criança foi incentivada a escrever nos 2 primeiros anos, esta tarefa será mais fácil nos anos posteriores.O importante é investir na exploração de diferentes portadores textuais a fim de qualificar as produções dos alunos.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

MÉTODO E ALFABETIZAÇÃO

Finalizando a leitura dos textos sugeridos na interdisciplina de Linguagem, comecei a analisar a diferença no planejamento e no tipo de abordagem realizada com os alunos de alguns anos para cá, principalmente no que se refere à alfabetização.Uma das questões primordiais é a que se refere ao erro do aluno, hoje aceito como uma revelação em seu processo de construção do conhecimento, um processo de atividade constante em que a criança está elaborando hipóteses e alargando seu campo de conhecimento linguístico.Antes da psicogênese da escrita aparecer em nossas vidas "invadindo"as escolas e revolucionando nosso planejamento, aplicávamos um determinado método mas sem entender como as crianças construíam suas hipóteses e as dificuldades pelas quais passavam.Um exemplo bastante simples na construção destas hipóteses, é o fato da criança escrever determinadas palavras que a família ensina, bem como seu nome próprio, de maneira correta, com todas as letras. Tempos depois, com mais idade, frequentando a escola, essa criança começa a escrever as mesmas palavras que escrevia anteriormente,porém, omitindo letras.A família logo imagina que houve um retrocesso.E quem não pode afirmar que isso muito aconteceu nas escolas?Na verdade, este "retrocesso"significa um avanço na construção do seu conhecimento a cerca da língua.Se o professor conhecer o porque da criança pensar de determinada maneira, melhor poderá ajudá-la.O método que se irá utilizar, precisa ter essa compreensão, ou seja, não existe o método ideal, a preocupação maior não deveria o de se buscar por um, mas sim, na minha concepção, idealizar o método pelo qual se irá optar, levando-se em consideração as hipóteses construídas pela criança no seu aprendizado.
Percebo hoje, professoras alfabetizadoras "construindo cartilhas"com seus alunos onde há espaço para diferentes gêneros textuais, brincadeiras, rimas, poesias, trava-línguas, tornando o aprendizado da leitura e escrita muito mais prazeiroso.
Como bem afirma Magda Soares:"O fundamental é mesmo gostar de alfabetizar e assumir a alfabetização como uma opção pessoal".

sábado, 31 de outubro de 2009

A Importância do Ato de Ler

Há algumas semanas atrás, na Interdisciplina de EJA, foi nos solicitada a leitura do texto de Regina Hara:Alfabetização de Adultos, ainda um desafio e posterior participação em fórum para a troca de ideias.
Na maioria de minhas postagens, ou pelo menos na mais concisa delas, abordei quanto ao aspecto da avaliação, a ser realizada não somente no final do processo ensino aprendizagem mas fazendo parte do dia a dia ,alavancando a construção do conhecimento, percebendo-se avanços e progressos através da comparação com trabalhos posteriores.
Numa tarde, em que pensava sobre minha próxima postagem e a abordagem que faria, lembrei-me de uma novela exibida pela Rede Globo em horário nobre que trazia como um dos personagens o ator Mateus Naschterghale( não estou bem certa de seu sobrenome).
Lembro como se fosse hoje da interpretação do ator.Ele era analfabeto e, um dia, conhece uma professora que desenvolvia um trabalho com alfabetização de adultos.Pois bem, ambos se conhecem e a professora fala muito de Paulo Freire e suas ideias para o ator.Escondido de todos, o ator(Mateus)passa a frequentar as aulas onde inicia sua alfabetização pois era movido por um grande sonho:assinar seu nome no livro de registros, no dia de seu casamento.E eis que este dia chega.Quando o capítulo vai ao ar, a interpretação do ator ao assinar seu nome revelando a todos, na igreja, da satisfação que isso lhe proporcionava, foi espetacular!!!!Era capaz de escrever seu nome e não precisava mais de ninguém para representá-lo!Penso que este é o sentimento que os adultos têm quando conseguem se alfabetizar.Relendo o texto, esta cena veio à minha mente e penso que expressa muito bem o que Regina Hara fala quando se refere à importância de se identificar a necessidade de escrever de cada um onde as propostas de escritura devam ter alguma função para o sujeito.\\\"O ato de escrever é indissociável da função expressiva e comunicativa da escrita, e, portanto, das coisas do mundo.
Seguindo este pensamento, ao assitir um vídeo sobre a construção da leitura e da escrita do adulto numa perspectiva freireana, Paulo Freire fala de um jovem rapaz que em uma de suas aulas, aproxima-se do quadro escrevendo a palavra NINA e soltando uma sonora gargalhada!
Ao ser perguntado sobre sua intensa alegria, respondeu que NINA era o nome de sua mulher.
Imediatamente, lembrei novamente da novela e do ator no momento em que, com lágrimas nos olhos mas com um sorriso enorme em seu coração, revela que ninguém mais precisará representá-lo,pois sabe aquilo que de mais significativo representa para o ser humano: a escrita de seu nome.....e dos seus.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

A COMUNICAÇÃO DOS SINAIS

Em nossa interdisciplina de Libras, assistimos a um filme para a realização de um trabalho entitulado:"Seu nome é Jonas".O filme é comovente e nos faz refletir sobre nossa ignorância, medos e capacidade de superação.
Trata-se de um menino surdo que recebe o diagnóstico de "retardado" pelo médico da família, sendo então, encaminhado a uma instituição específica para tratá-lo,porém, anos mais tarde, esta instituição, mostrando-se contrária ao disgnóstico do médico, percebendo não se tratar de um retardo mental, dá "alta" ao menino entregando-o a seus pais, ou seja, a sua própria sorte, pois estes pais e nem o restante da sociedade e das pessoas com as quais Jonas passou a conviver, familiares ou não, sabiam como lidar com ele.
A expressão "A vida imita a arte ou vice-versa",foi constatada no filme quando, diante de tanto sofrimento, os pais de Jonas se separam, ou melhor, o pai abandona a família, justamente no momento em que tanto a mãe quanto o menino buscavam forças para vencer os desafios diários, numa convivência cada vez mais conflituosa e desgastante.Na vida real vemos este fato se repetir muito.Os homens a quem chamamos "sexo forte" são os primeiros a abandonar o barco.De onde nós, mulheres ,tiramos tanta força?É somente pelo fato de sermos mães?Termos maior equilíbrio emocional?Essa força feminina é extraordinária e inexplicável,pois, passada a tempestade, nos perguntamos como não sucumbimos à ela.E essas dificuldades não se restringem apenas ao ambiente doméstico, é preciso suportar a sociedade, que peca pela ignorância, é preconceituosa e não sabe, e muitas vezes não quer, lidar com as adversidades.
Depois de muito sofrimento, o filme tem um desfecho feliz quando a mãe e o menino conhecem a Língua de Sinais que propicia a comunicação entre os dois e dele com os outros.
Hoje, percebo uma mudança em relação a concepção da surdez e do indivíduo surdo em nossa sociedade.Os surdos estão cada vez mais organizados em suas comunidades e comportam-se de maneira e exigir da sociedade, o respeito que merecem.Interagem com facilidade e estão sempre dispostos a nos ensinar o que sabem.Pelo menos, é isso que percebo hoje em contato com estas pessoas.Apesar de não conhecer muitos ou ter um contato mais estreito com eles,essa é a minha impressão!Parecem ser alegres, otimistas!Quem sabe, chegará o dia em que nós, normais, é que nos sentiremos muito "desconfortáveis" por não sabermos nos comunicar com eles e dominar sua "Língua"!
Quando meu último filho nasceu, fiz o teste da "orelhinha"num consultório particular,momento em que o médico comentou que,assim como o teste do pezinho, o teste da "orelhinha"começaria a ser obrigatório e gratuito.
Após 6 anos, não sei se esse procedimento ocorre em nossos hospitais,sendo mais uma coisa para reinvindicação às nossas autoridades,pois tudo que é feito para amenizar o sofrimento e um ser humano, não é em vão!

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

A IMPORTÂNCIA DA AVALIAÇÃO NO TRABALHO DOCENTE

Ao ler o texto de Regina Hara, Alfabetização de adultos:ainda um desafio, a questão da avaliação chamou-me a atenção.Avaliação esta realizada pelos alunos, com auxílio do professor, na análise de seu progresso individual no processo de aquisição da leitura e escrita.
Geralmente, o que ocorre no trabalho pedagógico é a elaboração, por parte do professor, de todas as etapas do processo educacional:a elaboração dos objetivos, de um projeto, dos procedimentos para tal, dos recursos, da execução do mesmo e, sobretudo, da avaliação, de acordo com seus próprios critérios, excluindo-se desta, na grande maioria das vezes, a participação do aluno, que é algo enriquecedor, para ambas as partes.
O texto coloca que, ao final do um determinado período, os alunos avaliam suas produções comparando-as com as realizadas no início do ano,dando-se conta de seu progresso e compreendendo de que têm condições para aprender e o que falta, ou gostariam de melhorar.
No momento em que o trabalho com EJA apresenta inúmeros desafios, a auto-avaliação pode servir como a alavanca motivadora para a continuidade dos trabalhos, onde os alunos passam a ver a leitura e escrita como um instrumento, usufruindo da mesma, procurando informações e prazer, iniciando um processo de autonomia que permitirá independência.
Falar em alfabetização e na avaliação da mesma, é repensarmos sobre o tempo que cada indivíduo precisa para construir seu conhecimento e acredito que este é outro grande desafio na alfabetização, não somente de adultos, mas especialmente destes.
Ao estipularmos um tempo determinado para que ocorra a aquisição da leitura e escrita, afirmamos que todos têm um mesmo ritmo e os que necessitam mais tempo, precisam iniciar uma nova etapa como se não tivessem aprendido nada.Esta continuidade na alfabetização é algo que se discute há muito tempo, porém, a organização escolar não permite que esta continuidade ocorra, o que certamente desmotiva muitos alunos, aumentando a evasão.
Resolvi escrever sobre a auto-avaliação porque depois de ler o texto sugerido, onde esta questão já havia me chamado a atenção, tivemos, na semana passada, na escola onde trabalho, nossa reunião pedagógica justamente sobre a avaliação, mas aquela que acontece com a participação
dos alunos. Vários foram os relatos de professores, inclusive com a Educação Infantil.Esta auto-avaliação nem sempre correspondia a um conhecimento específico da sala de aula, mas a vários outros aspectos que envolvem o ambiente escolar.
Os professores contavam entusiasmados os resultados e a postura dos alunos para a realização do trabalho e na conversa que tiveram após o mesmo.
Concluindo, a auto-avaliação permite ao aluno "enxergar" seu crescimento, pois acredito que, por maior que seja a dificuldade, sempre aprendemos algo.Além disso, quando a avaliação ~se restringe a aotros aspectos, ensina ao aluno a se posicionar, a formar opinião e isso desenvolve-lhe a cidadania, pois, certamente, ele fará uso dela em outros momentos de sua vida.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

O PROFESSOR BRASILEIRO ESTÁ DOENTE!!!!!!

Eu e minha colega Quélen estamos desenvolvendo nosso PA sobre a saúde mental do professor.Escolhemos este assunto por estarmos constantemente observando professores com os quais trabalhamos e seus problemas que acabam afetando,e muito,no nosso ambiente de trabalho e, consequentemente, aumentando nossas angústias e expectativas frente ao papel que desempenhamos e nossa carreira no magistério.
Nossa jornada de trabalho é extensa,pois fora da escola temos inúmeras atividades!E, dentro da instituição escolar,nossa tarefa não se limita apenas a ministrar aulas,muitas são as reuniões para discutirmos estratégias de como alcançar maiores índices de aprovação,como fazer tal aluno se interessar mais, como fazer superar suas dificuldades etc etc...além de tanto papel que assinamos,discutimos,preenchemos...nunca vi tamanha burocracia na educação!
Nossas reuniões sempre começam com uma "atividade integradora"que tem por objetivo dar uma "motivada" procurando fazer com que o professor não esqueça de seu importante papel perante ao aluno,à sociedade e da importância do trabalho em equipe para o sucesso do ano escolar e de nossos objetivos.E "dê-lhe cobrança".
Não estou aqui fazendo uma crítica à Direção e a Supervisão da escola pois as vejo como todos nós,com uma enorme intenção de acertar,mesmo não tento muito certeza de como!
O fato é que não utilizamos estes espaços ao nosso favor,para desabafar,talvez até por não querermos nos expor perante o grupo,pois há um mito de que o professor é alguém instruído e, portanto, equilibrado, sabendo encontrar as melhores soluções para os problemas que surgem, dado seu conhecimento e discernimento.
O fato é que no início do desenvolvimento do PA,eu e minha colega do PEAD ficamos um tanto "perdidas", tínhamos muitas ideias e não estávamos conseguindo estabelecer um norte!Porém,com a ajuda das tutoras,o trabalho foi tomando corpo e as surpresas e descobertas foram aumentando!
Uma delas foi a entrevista que realizamos com os professores de nossa escola.Fizemos algo simples,pois sabemos que as pessoas não gostam de preencher "mais um papel",no entanto, ao final das perguntas, deixamos um espaço livre para colocações, se assim desejassem.Pensávamos que poucas entrevistas voltariam e que não haveria nada além das respostas às perguntas formuladas.Qual não foi nossa surpresa ao perceber que com exceção de 2 ou 3,todas as entrevistas foram entregues e na grande maioria delas constava um comentário que se traduziu em um desabafo, pois não temos espaço para isso.Talvez,por isso, senti a receptividade por parte de meus colegas e a seriedade com que responderam às nossas perguntas.Alguns até comentaram que foram procurar informações sobre a síndrome de burnout.
Os comentários realizados traduzem suas angústias e a forma como hoje vêem a educação e o trabalho que realizam, o que coincidiu com o imenso material sobre este tema que pesquisamos.
A ausência dos pais na educação dos filhos, a violência, a sobreposição de papéis, a falta de interesse e de prestígio social estão levando o professor a um quadro deprimente!
Num momento em que as leis de aposentadoria estão sendo modificadas fazendo com que os anos de contribuição aumentem,nos mantendo mais tempo trabalhando,é necessário que tenhamos condições para tal,caso contrário,o prejuízo aos cofres públicos, à educação e à sociedade em geral será cada vez maior!
O professor brasileiro pede socorro!!!

terça-feira, 1 de setembro de 2009

EIXO VII .....UFA!

Estamos na reta final!
Ao pararmos para analisar que no próximo ano teremos o estágio e o trabalho de conclusão pela frente,onde colocaremos nossos conhecimentos em prática,embora estejamos fazendo isso desde o início do curso,nos coloca num estágio de total absorção,assimilação do que está sendo dado,no intuito de tornar o trabalho do próximo ano mais eficiente e,por assim dizer,toda a nossa prática pedagógica.
Tudo o que nos pareceu ser muito nos anos anteriores,parece ser pouco agora.O fato é que,em se tratando de educação,nunca podemos afirmar que sabemos o suficiente e que estamos totalmente preparados para tal ofício,por isso,buscamos cada vez mais,na intenção de tornar nosso trabalho melhor.
Para obter o sucesso desejado,dedicação,disciplina e organização são fundamentais.Esta é a fórmula!
Embora,muitas vezes cansada pelo acúmulo de tarefas diárias,conciliando o dia a dia na escola,em casa e com a UFRGS,é preciso "extrair"tudo o que agora nos será oferecido.
Pretendo seguir realizando minhas tarefas como nos semestres anteriores,cumprindo prazos estabelecidos e preocupando-me com a qualidade dos meus trabalhos.
Concluindo...este semestre torna-se especial e certamente sentiremos falta de nossos encontros e discussões e da relação direta com tutores e professores.

terça-feira, 23 de junho de 2009

O Clube do Imperador

Neste semestre,na interdisciplina de Filosofia,tivemos a oportunidade de assistir a um filme excelente:O Clube do Imperador.
Mesmo que já se tenha passado algum tempo,não posso deixar de fazer aqui um registro das minhas observações e aprendizagens a partir dele.
Um fato curioso é o de que,independente da nacionalidade,o professor passa por situações que são semelhantes a muitos e inerentes à profissão:um aluno que entra novo na classe e nos desafia perante toda a turma.Um desafio que não é desobediência,e que,por isso,torna-se mais perigoso e difícil de lidar,exigindo-nos toda uma "performance didática e pedagógica".
O incrível "sacerdócio",imcumbido por nós mesmos,por salvar qualquer "alma perdida",como se pudéssemos resolver todos os problemas do mundo desempenhando múltiplos papéis.Principalmente fazer aquilo que não compete à nós.E a incrível sensação de fracasso quando não conseguimos(do jeito que queríamos)e assim pensamos que não conseguimos nada!
Um único aluno que se perde nos torna "cegos"diante dos muitos que conquistamos,que emocionamos,que conseguimos,através da reflexão crítica,mudar suas ideias,suas expectativas.
"DILEMAS MORAIS".Qual o professor que nunca esteve diante de um?
O respeito e admiração ao nosso trabalho e a nossa conduta e a valorização daquilo que tentamos ensinar,nos fazem acreditar que aquilo que não deu certo,não são,exclusivamente,tomados como nossa culpa.
Concluo minha postagem com alguns pensamentos que finalizaram este belíssimo filme,de grande sensibilidade:

" O valor de uma vida não é determinado por um único fracasso ou um sucesso solitário"

" Por mais que tropecemos,o fardo de um professor é sempre esperar que o aprendizado possa mudar o caráter de um garoto e assim mudar o destino de um homem"

KANT E ADORNO_SOBRE EDUCAÇÃO

Na interdisciplina de Filosofia tivemos a oportunidade de lermos as ideias sobre educação de dois importantes autores:Kant e Adorno.
Embora sob enfoques diferentes,os autores abordam a importância da educação na formação do homem,seu caráter,o desenvolvimento e exercício de sua cidadania levando a construção de uma sociedade melhor.
Kant,ao mencionar:”O homem é a única criatura que precisa ser educada”,afirma o quanto a mesma é vital na formação do indivíduo e do aperfeiçoamento da humanidade.
Por ser considerado,ao nascer,em estado bruto,precisa de cuidados e formação que se obtém através da disciplina e instrução,fatores indispensáveis à perfeição da natureza humana.
A disciplina submete o homem às leis da humanidade, e a instrução ,ao desenvolvimento de sua cultura.
Cultura e instrução dão ao homem o conhecimento necessário para agir,tomar decisões,fazer escolhas dentro da sociedade em que está inserido.
A qualidade da educação de um homem resulta na qualidade de suas ações,sobretudo na capacidade de reflexão sobre seus atos e escolhas.
Adorno,em seu texto,coloca a educação como uma ferramenta capaz de promover esta reflexão.Numa educação que se baseia na auto-reflexão crítica,levando a auto-determinação,a conscientização de seus atos,tendo a liberdade de fazer escolhas e lidar com elas.Na construção de sua identidade.
Desta forma,através da educação,o homem atingiria sua plenitude,onde disciplina e instrução o levariam ao pleno uso de sua razão e capacidade de reflexão no lugar de atos de selvageria e barbárie que se fizeram presentes,em alguns momentos,nas páginas de nossa história,como foi o Holocausto.Momentos estes,que não desejamos que mais se repitam.
Num contexto em que citamos disciplina e instrução,ação e reflexão,a moralidade se faz inserida.
A educação de um indivíduo e o desenvolvimento de seus princípios morais,a fim de que se torne verdadeiramente homem,inicia-se na 1ª infância.
É neste período que se ensina à criança a obediência às regras para se conviver em sociedade,ou seja,lhe são introduzidas as normas sociais,que são acatadas,neste momento,por coação,porém,o sucesso obtido nesta etapa leva o indivíduo a atingir sua autonomia moral sabendo usar sua liberdade de maneira a não prejudicar os demais,exercendo a cooperação,a reciprocidade e o respeito mútuo.Sendo que,tudo isso se tornou possível quando ele compreende(reflete) sobre todo um sistema de regras que lhe foi imposto,e exigido que respeitasse, numa etapa de sua vida que ainda não era capaz de fazê-lo sozinho.
“A educação moral deve ser aplicada desde o início para que não se torne vão todos os esforços da arte educativa”.( KANT,Immanuel.Sobre a pedagogia,pg 10).

domingo, 31 de maio de 2009

NEGRITUDE

Em nossa última aula da disciplina de questões étnico-raciais,emocionei-me com o relato da colega Márcia ao dizer o quanto era difícil,para um negro,falar sobre sua negritude,remexer em suas raízes numa sociedade carregada de preconceitos.Ela fez-me lembrar de um professor da faculdade de Joaçaba , Santa Catarina, onde estudei.
Era o ano de 2002 e fazia uma cadeira de Antropologia,no curso de Pedagogia.A turma foi dividida em grupos para Apresentação de Seminário,após leitura de livros indicados pelo professor.Lembro que escolhi o livro:Raça,conceito e preconceito,da autora Eliane Azevêdo.
No dia da apresentação,o professor da disciplina trouxe um colega negro que sentou-se no fundo da sala para assistir minha aula.
Fiquei constrangida,não sabia quem ele era e durante toda a explanação ficava com receio de dizer algo que pudesse fazê-lo sofrer,melindrá-lo,afinal,um branco falar sobre este tema tendo como ouvinte uma pessoa negra,que pertence a um grupo étnico do qual se estava falando,é uma situação nada fácil!
De repente,percebi que de seus olhos corriam algumas tímidas lágrimas.Ninguém percebeu,pois ele estava sentado no fundo da sala,só eu estava de frente para ele.Confesso que tive vontade de parar,mas como ele não saiu da sala,conclui qua as lágrimas tinham um outro significado.
No final,ele se apresentou para a turma e disse da emoção que sentiu ao ouvir-me falar.A mesma emoção da colega Márcia.
Disse a nós que,todos os dias, precisava "prestar contas"de quem era.Era difícil as pessoas acreditarem que um negro pudesse ser professor universitário.
Pensei o quanto deve machucar um ser humano que precisa mostrar a sociedade,todos os dias,que também é capaz!
Seu depoimento,naquela noite,foi um fechamento perfeito para a aula que dei e para maior sensibilização da turma.Quando ouvi minha colega do Pead fazer seu pronunciamento,foi como lembrar daquela noite e do quanto os negros,apesar de tantas mudanças,ainda sofrem.

quinta-feira, 30 de abril de 2009

MENINA BONITA....

Continuando o trabalho sobre a interdisciplina de Etnia e Raça,uma de nossas últimas atividades foi a elaboração de um plano de aula com o tema sobre os indígenas ou o preconceito racial dentro da escola.
Para dar continuidade ao trabalho que anteriormente eu havia realizado e que está postado anteriormente,optei em falar sobre o preconceito.
No início da aula pedi para as crianças imaginarem como seria uma menina muito bonita e que a desenhassem.Tive 2 ruivas,3 morenas e as demais foram loiras,isso numa turma de 22 alunos.
Perguntei porque ninguém havia desenhado uma menina negra e dentre algumas justificativas,tentando elaborar o pensamento deles,pude concluir que o que queriam me dizer é que crianças negras aparecem muito pouco em revistas,livros,desenhos animados,gibis,então,é comum nem nos lembrarmos delas.Nas histórias mais bonitas e felizes,a menina é "clara",linda!O negro é sempre colocado como sendo "feio".
"Mas o negro existe e está perto de nós!"(Arthur).
Induzi nossa conversa para que pensassem nas novelas,filmes e percebessem que o negro quase sempre é colocado numa situação de desvantagem em relação ao branco.
Demonstraram curiosidade em saber a origem de tudo isso,ou seja,a história da África e de seu povo e qual a influência do mesmo na nossa cultura.
Como já iniciei o assunto,fazendo despertar grande interesse pela turma,ele será abordado sempre que houver oportunidade.
Contei a história:"Menina Bonita do Laço de Fita".Alguns já a conheciam e os que a ouviram pela 1ª vez,admiraram-se ao perceber que se tratava de uma criança negra.
Após a leitura,algumas crianças falaram sobre a existência de bonecas negras;das pessoas negras da família que eram "do bem",pois têm-se uma tendência a denegrir sua imagem;de amigos muito especiais que são negros...
"Somos todos iguais,o que muda é nossa cor de pele,nunca pensei que isso era tão complicado assim"(Maiara)
Pedi aos alunos para que escrevessem a mensagem que a autora quis passar com esta história e algumas colocações deixaram-me muito satisfeita:
"Achei interessante o coelho querer ser negro como a menina quando todos querem é ser branco"(Mateus).
"É difícil um branco querer ser negro,por isso,é uma história muito interessante"(Mariana)
"Gostaria de aprender mais sobre os negros"(Eduarda).
"Eu achei muito legal porque os negros também têm sua beleza"(Arthur)
"O coelho viu a beleza da menina"(Maiani).
E a história continuará na próxima aula.....

quinta-feira, 23 de abril de 2009

MOSAICO ÉTNICO-RACIAL

Em nossa interdisciplina de Questões Étnico-Raciais fomos desafiadas a realizar um mosaico com nossos alunos.A primeira vista,para mim, pareceu ser uma atividade"sem graça",sem ter muito significado,nem estava muito animada para fazê-lo,porém,quando terminei,fiquei impressionada com o que constatei e que irei relatar.
Escolhi um aluno para desenhar o contorno de seu corpo em papel pardo.Escolhi este desenho pois representava o ser humano,um indivíduo do qual iríamos falar.
Entreguei revistas para as crianças pedindo que eles recortassem gravuras que lembrassem pessoas de sua família:pais,avós,crianças,bebês.Cada gravura recortada deveria lembrar o parente em algum aspecto:cor dos olhos,cabelo,estatura,feições parecidas,peso etc.
Percebi que num primeiro momento,as crianças escolhem por pessoas de belas feições,principalmente se tiver atrizes ou atores.Enquanto recortavam,eu ia passando nas mesas e os questionando sobre suas escolhas.
Tenho 3 alunos que não considero negros mas têm a pele mais escura que os demais colegas.Esses alunos estavam recortando gravuras de pessoas com a pele clara.Ao serem questionados,responderam que havia na família pessoas assim,de tez clara,ou seja,estavam negando sua etnia e não se aceitavam.
Este fato chamou-me muita a atenção!Este trabalho abre um leque para que se realize uma conscientização por parte destas crianças bem como de sua aceitação e melhoria de sua auto-estima.
O contrário se deu com outro aluno na sala de tez clara.Ele recortou gravuras de pessoas de tez morena e ao ser questionado por mim respondeu que havia pessoas assim na sua família porque sua avó materna era “escura” também.
Percebi que ele não se constrangeu em recortar e falar de pessoas mais morenas em sua família enquanto os 3 alunos de tez escura não quiseram colar gravuras de pessoas negras.
Mas,voltando ao mosaico,na “barriga”do desenho,colocamos fotos de mulheres grávidas que estão representadas por Angélica e Daniele Winits pelo fato de haver mulheres nas famílias esperando bebê e,em volta delas,muitos bebês e crianças representando os pequenos na família dos alunos.
Fizemos votação para ver qual foto colocaríamos na cabeça e,mesmo eu insistindo,a turma escolheu o rapaz de belas feições.Não quiseram colocar a menina que está ao lado e nem tampouco o senhor de boné(pai da Camila Pitanga)que está logo abaixo.Quando perguntei o porque de tal escolha,disseram-me que ele era mais bonito.Outro fato que me deixou em alerta.
Aparecem as gravuras do gordo e do magro representando o peso das pessoas e,no restante do cartaz,várias pessoas representando as famílias:muita gente jovem e de pele clara.
Quando o cartaz foi concluído,perguntei porque havia tão poucas pessoas negras ou de pele mais morena.As crianças disseram que pessoas assim são mais difíceis de encontrar nas revistas,o que mais aparece são jovens bonitos,que parecem felizes e com saúde.
Um aluno meu recortou a gravura do Pelé que está no braço do desenho,logo abaixo da menina negra,ao lado do bebê risonho.
Quando perguntei se alguém havia recortado uma gravura de algum negro importante,um outro aluno mencionou o nome de Pelé,ou seja,se eu não houvesse perguntado isso ,a figura de Pelé nem iria ser colada,ao passo de que o mesmo deveria servir como um referencial para os negros.
Perguntei a este aluno se ele conhecia Pelé.Ele afirmou que sim e este dado também me serviu de alerta.Mesmo conhecendo os feitos do jogador,não era suficiente para se identificar com ele?
Enfim,percebi que há muito a trabalhar nesta turma quanto a discriminação racial,o preconceito e a aceitação de sua cor.Em vista disso,no enfoque V realizarei uma atividade contemplando esta situação,momento em que voltaremos a este cartaz e continuaremos nossas discussões.Ele ficou na sala e poderá ser útil a qualquer momento em que uma questão racial vier à tona.
Em volta do desenho,colocamos gravuras de alimentos pois na semana da alimentação vimos o quanto eles são necessários para um crescimento sadio em todos os sentidos.Fiquei contente ao constatar que eles recortaram frutas,sucos,pães,feijoada,carnes,peixes,enfim,contemplando todos os alimentos da cadeia alimentar,sinal de que este assunto foi bem entendido.
Meu desafio será o de que eles compreendam o outro assunto que motivou a realização do mosaico:o preconceito racial!

quinta-feira, 2 de abril de 2009

A QUESTÃO CRUCIAL

Ao realizar uma leitura mais detalhada das colocações de vocês,percebo que a grande maioria do nós possui uma dúvida comum e que a torna crucial:A Maria Luiza coloca a inclusão como a possibilidade de proporcionar ao deficiente uma vida social saudável e,aos demais alunos,o aprendizado de viver com a adversidade.Seria isso o mais importante?O professor deve ter essa premissa?A Luciane coloca a possibilidade e/ou necessidade de pensar mais no político e social do que no pedagógico e o que estaria envolvendo o nosso pedagógico!O fato é que durante nossa formação como educadores, a ênfase era dada justamente nesse processo pedagógico.Como percebemos que não podemos aplicá-lo da mesma forma no processo de inclusão e que não obtemos sucesso algum,passamos a pensar no processo de envolvimento social,na relação pessoal.Qual deveria ser minha abordagem pedagógica no processo inclusivo?Eu,particularmente,tenho \\\"sede\\\"por este esclarecimento!A literatura existente evidencia que os alunos com necessidades educacionais especiais quando inseridos na sala de aula regular,ficam à margem dos acontecimentos e atividades em classe.Não posso discordar totalmente desta afirmação.Porém,se esta minha dúvida fica sem um maior esclarecimento,tendo eu que agir de acordo com minhas convicções(e condições),como esta mesma literatura pode afirmar que não faço nada pelo meu aluno?

INCLUSÃO...PROCESSANDO...

Após as leituras realizadas concluí que a institucionalização de educação especial ocorreu mais rapidamentre do que sua discussão,planejamento e questionamento sobre a integração do deficiente mental na sociedade e no meio escolar,tendo ainda, como agravante,o fato de que,inicialmente,a preocupação ter se dado em relação aos cegos,surdos/mudos e aos deficientes físicos dos que aos mentais.Percebo que mais facilmente aceitamos e nos sentimos preparados para trabalhar com deficientes físicos,imaginando que ,assim,nossa escola aceita o diferente,inserindo-o no meio social.Pouco falamos ou quem sabe,temos medo de tocar no assunto da deficiência mental,pois aí mesmo que vamos nos dar conta de que estamos sem \\\"suporte\\\"!Porém,gradativamente,pais e sociedade em geral estão tomando consciência do direito destes deficientes ao ensino público regular e exigindo-o do poder público e das instituições escolares.Como a Sandra colocou anteriormente,após ler um artigo:\\\"a inclusão é um processo irreversível em nossa sociedade\\\"!Em meio a este contexto,torna-se latente e urgente uma ampla discussão,planejamento e, sobretudo,investimento numa política em que a prática seja condizente com a lei para que haja a premanência e sucesso destes alunos na escola.

INCLUSÃO

Historicamente falando,na Antiguidade,muitas pessoas portadoras de deficiência física e/ou mental,eram vendidas por seus próprios familiares para a corte servindo como entretenimento, compondo um chamado \\\"circo dos horrores\\\".Muitos ficavam escondidos uma vida inteira como no caso do filme de Walt Disney:\\\" O Corcunda de Notre Dame\\\"Hoje,após a sociedade ter passado por muitas transformações,revoluções e com o advento das Ciências Sociais,temo-nos voltado ao homem,em sua essência,na relação com o outro,na solidariedade,no bem viver,na harmonia.Talvez,na própria evolução moral e social do ser,a atitude de esconder o que é diferente,passa a ser inviável, pois ela está inserida na sociedade a qual todos fazem parte.E,sendo assim,a escola não poderia se eximir e deixar de fazer a sua parte.É justamente aí,no papel que compete a escola,que permeiam nossas dúvidas e inquietações.Como já colocado por outras colegas,o que realmente queremos com este aluno,somente inserí-lo no convívio com os outros,desenvolvendo sua sociabilidade e a de seus colegas, tornando-os mais humanos?Como desenvolvê-los pedagogicamente,quais seus limites?A adversidade chegou nas escolas e não haverá um retrocesso.Quanto antes nos aprimorarmos,nos embasarmos,melhor será para todos.E não somente de teorias,práticas,mas de toda lei existente e que diga respeito a tal assunto.